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  • Alexandra Mettrau

LUA DE PÁSCOA!


Hoje a lua ficou cheia. Eu, apaixonada pelos astros como sou, estava na praia, na minha prancha de stand-up paddle, encantada vendo o sol se pôr enquanto esperava para admirar o nascimento da Lua, que subiu completamente cheia, gigantesca e alaranjada, brilhando dourada sobre o mar.


Tenho muito que agradecer, por ter o privilégio de, mais uma vez, testemunhar a lua cheia de Páscoa, relaxando um pouco neste lugar que me é tão especial. Apreciar, embevecida, o dia se tornar noite ao observar o sol entregando sua luz para a lua é realmente uma dádiva!


Não sei se vocês sabem, mas estamos na Semana Santa porque a Lua ficou cheia hoje, por volta das 18h. A primeira Lua Cheia seguinte ao Equinócio de Outono, no Hemisfério Sul e de Primavera no Hemisfério Norte marca a data da Páscoa. O primeiro domingo depois desta Lua Cheia é o Domingo de Páscoa.


É muito difícil termos consciência disso, em geral sabemos que a Páscoa é uma festa que não tem data fixa, mas já paramos para nos perguntar como se define a data da Páscoa a cada ano? Bom, agora sabemos: o Domingo de Páscoa é o primeiro domingo que acontece após a primeira Lua Cheia seguinte ao equinócio de Outono/Primavera.


As culturas pré-cristãs no Hemisfério Norte celebravam o renascimento da terra na chegada da primavera, após um longo período de inverno, e a lua cheia assinalava este momento.


A Lua sempre foi relacionada ao feminino que acolhe e nutre e a lua cheia é a culminação da abundância, da nutrição, da geração. Por isso, após o equinócio de outono, sua chegada marcava a celebração do período em que a terra de novo se tornava fértil e pronta para fazer brotar a vida, ao receber a luz e o calor do sol.


Como a mãe que nos dá nosso corpo, a primeira lua cheia da primavera atestava o momento de renascimento da vida na terra.


A Páscoa é a celebração da morte e ressurreição de Cristo. O corpo que foi gerado pela mãe Maria morreu na cruz e foi sepultado. Após 3 dias, esta estrutura física se desfez e se reintegrou à terra, mas Cristo, o indivíduo que o habitava, ressuscitou. Ele transformou totalmente cada célula e molécula de matéria corpórea e pôde assim abandonar seu corpo morto, pois, com a transfiguração Ele gerou para si uma nova corporalidade, mantendo a forma, mas numa nova substância, numa substância de luz.


O que antes vinha de fora: a luz do sol e o calor para fecundar o feminino lunar que recebe e gera o corpo humano, agora age dentro, transformando esta substância e gerando um novo corpo de luz.


E assim como Maria testemunha a morte e a ressurreição de seu Filho e o nascimento divino desta nova corporalidade em uma forma transiluminada e perene, assim também, a Páscoa só pode acontecer após a Lua Cheia, pois a Lua, em toda a sua potência e esplendor, testemunha o nascimento do Novo Sol, do Sol interno, o Sol que, a partir do Mistério do Gólgota, pode nascer em cada ser humano ao invés de apenas enviar suas forças externamente.


Uma vez que o Cristo pôde encarnar em um ser humano e transformar totalmente sua corporalidade, cada um de nós pode também desenvolver internamente sua individualidade divina, de forma a, paulatinamente, transformar sua corporalidade em uma substância própria e imortal.


E a Lua Cheia é a testemunha que, a cada ano, após o equinócio de março, nos lembra que o Sol interior está para nascer e que devemos nos atentar para percebê-lo e desenvolvê-lo em cada um de nós.





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