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  • Alexandra Mettrau

À PRIMEIRA VISTA

Atualizado: 28 de nov. de 2023


O menino é belo. O céu é azul. O mar é imenso! Quanta beleza eu vejo no mundo, à primeira vista, se estou de bem com a vida. As flores perfeitas das plantas, os namorados felizes passeando de mãos dadas, as crianças gargalhando em suas brincadeiras agitadas.


O mundo é quente e acolhedor, os dias luminosos, as noites refrescantes. Tudo um encantamento a ser descoberto e admirado.


Será que o humor é um filtro? Que deixa transparecer só as belezas, quando está bom e as encobre quando está ruim? Porque quando estou de mal com a vida, nem ouço pássaros cantar, nem vejo flores e cores. À primeira vista o mundo é cinza, ninguém é belo, quer dizer, nem vejo as pessoas, o mar é perigoso, as plantas velhas, os namorados rotineiros e as crianças barulhentas!


Se é um filtro, então eu deveria ter o poder de colocá-lo e tirá-lo quando quisesse, como faço com as fotografias: coloco filtros de acordo com os efeitos que quero dar para as fotos. Mas não é bem assim, o humor abre ou fecha meus olhos, dependendo de como ele está. Parece que é mais uma imposição ou uma cegueira. É: cegueira…


Uma limitação auto imposta inconscientemente! É uma escolha que eu faço, mesmo que eu não saiba, porque eu tenho a possibilidade de ver, só que não vejo pois me deixo aprisionar pela minha disposição. Até no bom humor eu fico cega, se eu fecho os olhos para o que não é agradável.


Tudo um encantamento a ser descoberto e admirado, ou, rejeitado. É como se eu ficasse encantada, enfeitiçada mesmo, e só fosse capaz de perceber o que estivesse em consonância com meu estado interior, com meus sentimentos.


Como os heróis dos contos de fadas e das histórias fazem para sair de seus encantamentos? Às vezes é o beijo de um amor verdadeiro, outras vezes o chamado de um pássaro ou ainda a benevolência de um mestre ou guia. Normalmente tem um outro personagem que ajuda o protagonista a despertar de seu feitiço.


Na “vida real”, essa mesma que eu e você vivemos todos os dias, quem me enfeitiça não é um bruxo, sou eu mesma, então eu é que deveria ser capaz de me despertar das minhas prisões inconscientes.


O que pode me despertar da ilusão da vida “só maravilhas” e do “embaçamento” da vida ruim? Qual é o meu beijo de amor verdadeiro? Qual é o meu canto de despertar? E para onde eu quero me levar?


À primeira vista, quero me deixar levar pelos encantamentos ou me abrir para conhecer de verdade o mundo, com todas as suas belezas e feiuras?


E você?


IMAGENS:

Banco de imagens do Wix

Eu mesma, Alexandra Mettrau, pelas lentes de Mônica Motta, Heloisa Oliveira e Marcelo Guedes





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