top of page
  • Alexandra Mettrau

QUAL A PALAVRA QUE NUNCA FOI DITA?



Qual a palavra que nunca foi dita?


Qual a nota que nunca foi tocada?


Qual a planta que nunca foi plantada?


Qual a pessoa que nunca foi gerada?


Há, no mundo, um monte de vir-a-ser. Muito que ainda não está pronto para vir ou que o mundo ainda não está pronto para receber. Muito que aguarda, pacientemente, para chegar. Ou para não vir nunca.


Talvez a palavra que nunca foi dita fale disso. Fale de um tempo que ainda não chegou, de um espaço que ainda não surgiu, de seres que ainda não existiram. Mas que, em potência, existem. Estão na iminência de, mas podem não acontecer.


Todos os dias, se prestarmos atenção, um turbilhão de novidades aparece. Plantas e animais, resultado de mutação natural ou provocada; avanços científicos inimagináveis há alguns anos; obras artísticas surpreendentes; técnicas admiráveis; profissões; relações sociais; relações afetivas… Milhões de possibilidades se concretizando, a cada instante, basta olhar para ver.


Para cada nova forma, ser, técnica, relação que surge, também nascem infinitas possibilidades de uso, conhecimento e compreensão. E das pessoas se reinventarem e se autogerarem, ao se relacionarem com o novo mundo que as cerca, utilizando-o e consumindo-o ou reconhecendo-o e cocriando-o conscientemente.


É uma escolha, livre se for consciente, determinada se for instintiva. E que pode libertar e desenvolver quem cada um de nós pode vir a ser, ou nos aprisionar cada vez mais em quem ou o quê já somos.


Talvez seja piegas falar de amor, mas eu penso que é ele que vai nos ajudar a querer cocriar esse mundo, que se transforma a cada instante, quer eu perceba ou não, pois, se eu amo, me interesso e começo a amar o que conheço e quero contribuir para que as coisas se desenvolvam e amo mais.


E amar e conhecer e criar não deveriam ser vistos como tarefas pesadas, graves, difíceis. Sérias e responsáveis sim, mas prazerosas e leves, como quando éramos crianças e isso era natural. Por isso, acho que a palavra que nunca foi dita é uma mistura de brincar e trabalhar, um trabalho gostoso e sagrado, de amar e criar o mundo: sacriamar.




Que nesta Santa Noite façamos renascer a criança que existe em nós, a que olha para o mundo com curiosidade e admiração, que se abre com confiança e amor para tudo e todos e que anseia pela Criança Divina para aprender com Ela a criar, em amor e sacro-ofício, o que há-de-vir! Feliz Natal!


IMAGEM: Natividade - Catacumbas de Priscilla




27 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Não perca os novos textos!

Obrigada por se inscrever!

Siga-me no Instagram

  • Facebook
  • Instagram
Nenhum tag.

POST ARCHIVE

bottom of page